O intestino é conhecido por ser o nosso segundo cérebro pelo facto de estar relacionado com a função hormonal, com a saúde do coração e com o nosso desempenho cognitivo, não estando meramente envolvido no processo de digestão do organismo. Neste sentido, o segredo para ter um microbioma saudável é garantir que as bactérias intestinais boas superam as bactérias más. No entanto, quando estamos doentes e precisamos de tomar um antibiótico, podemos acabar por alterar completamente esse equilíbrio.
O que são antibióticos?
Os antibióticos são medicamentos que destroem ou retardam o crescimento das bactérias, não podendo tratar infeções virais, como gripes ou constipações. Trata-se de um medicamento comum, que os médicos prescrevem para combater certas bactérias e infeções, impedindo a reprodução bacteriana.
Antes de as bactérias se multiplicarem e causarem sintomas, o sistema imunológico pode matá-las. Os glóbulos brancos atacam bactérias nocivas e, por norma, mesmo se ocorrerem sintomas, o sistema imunológico consegue lutar contra a infeção. Contudo, quando o número de bactérias nocivas é excessivo e o sistema imunológico não consegue combatê-las, o antibiótico torna-se o caminho mais acertado.
Existem vários tipos de antibióticos disponíveis e, geralmente, estes só podem ser obtidos mediante receita médica.
Como funcionam?
Existem diferentes tipos de antibiótico: o antibiótico bactericida, que mata a bactéria e que, geralmente, interfere na formação da parede celular bacteriana; e o bacteriostático, que impede a multiplicação das bactérias.
Normalmente, os antibióticos são tomados por via oral. Porém, podem, também, ser administrados por injeção ou ser aplicados diretamente na parte do corpo infetada. A maioria destes medicamentos começa a combater a infeção em poucas horas.
Alguns dos efeitos colaterais que a toma de um antibiótico pode espoletar são:
- Dor de estômago;
- Diarreia;
- Náusea;
- Vómito;
- Irritação cutânea.
De que forma afetam o intestino?
Estando capacitados para matar as bactérias perigosas, os antibióticos também são uma poderosa ameaça contra as bactérias boas. Desta forma, podem alterar a nossa flora intestinal significativamente, originando distúrbios no intestino (acidez, desconforto e inchaço) e tornando o corpo suscetível à fadiga e a outras infeções.
Uma vez que existe uma grande quantidade de bactérias no intestino, todos nós reunimos a nossa própria coleção bacteriana. Um ecossistema desequilibrado no intestino é a principal causa de inchaço, de aumentos de peso, de síndrome do intestino irritável, de sensibilidade ao glúten e de doenças da pele.
É possível proteger as bactérias do intestino durante um tratamento com antibióticos?
Alguns especialistas recomendam a toma de um probiótico (substância com organismos vivos favoráveis à saúde do organismo) juntamente com os antibióticos, de forma espaçada. Enquanto toda a nossa população de bactérias sai lesada ao tomarmos antibióticos, podemos tentar proteger o intestino com a ajuda de algumas bactérias benéficas. Porém, continua a ser fundamental pedir aconselhamento médico antes de o fazer.
Optar por alimentos ricos em fibras para multiplicar o microbioma é uma boa ajuda, assim como eliminar da dieta alimentos açucarados e ricos em amido. Consumir alimentos naturais e vegetais é fundamental para uma reabilitação intestinal bem-sucedida.
Interação com outros medicamentos
Pessoas que se encontram a tomar um antibiótico não devem tomar outros medicamentos sem falar primeiro com um médico. Alguns profissionais sugerem que os antibióticos podem reduzir a eficácia dos anticoncecionais orais, mas ainda não existem pesquisas suficientes que sustentem esta afirmação. Ainda assim, é natural que a eficácia da pílula contracetiva diminua em caso de diarreia ou vómitos, bem como em situações em que a toma do anticoncecional oral deva cessar devido a dores de estômago.
Interromper a medicação antes do término do tratamento aumenta o risco de que a bactéria se torne resistente a tratamentos futuros. Isto porque as bactérias que sobreviverem terão alguma exposição ao antibiótico e podem desenvolver algum tipo de resistência perante o mesmo. Assim, é imperativo concluir o tratamento, mesmo depois de ser constatada uma melhoria nos sintomas.
Siga as instruções do seu médico corretamente para que o fármaco seja eficaz.
Fonte: Medical News Today
Este artigo serve apenas para fins informativos, não pretendendo ser substituto de um diagnóstico, aconselhamento ou tratamento médico profissional. Nenhuma informação contida neste artigo ou fornecida de outra forma em frederica.pt tem como objetivo diagnosticar, tratar ou curar qualquer paciente ou deve ser considerada como aconselhamento médico ou prática de medicina.