Depressão no Outono: Liberte-se!

A depressão outonal existe. Hoje, fica a saber o porquê e fica também a par de algumas das dicas que deve seguir para que esta não seja mais uma fase complicada na sua vida.

Para uns pode ser quase indiferente (não sentem tanto), mas para outros a chegada do outono pode ser o princípio do cair da «folha emocional». Porquê? Bom, o Sol cruza a linha do equador e os dias começam a ficar mais pequenos, assim como a intensidade da luz solar, ainda que continue a fazer calor. As plantas e os animais começam a preparar-se para o inverno, minimizando as suas atividades de forma a acumularem energia. Como alguns estudiosos dizem: "Nós somos como as plantas e os animais. Temos é emoções complicadas".

Tal como explica a medicina oriental, e muito bem, é isso que nos acontece. O facto de aparecer, fisiologicamente, a necessidade de começarmos a armazenar energia, origina, similarmente, um outro processo: o de largar a energia que já não presta, que está a mais, para dar lugar à nova. É, por isso, uma época de libertar toxinas, e não só. Este acontecimento interior abrange, também, sentimentos e emoções. Logo, é muito natural que, à semelhança das toxinas, alguns sentimentos melancólicos voltem a vir à superfície para serem trabalhados, de forma a puderem sair.

Assim, há tendência para o aparecimento de alguns sintomas, tais como: alterações de humor, falta de ânimo, falta de energia, falta de vontade de sociabilizar, perda de interesse em realizar algumas atividades, dificuldade em dormir e aumento de apetite. Não obstante, existem uma série de procedimentos que nos podem ajudar a superar emocionalmente (e fisicamente) esta fase que aí vem. Deixamos aqui alguns. Algumas das dicas vão parecer que nada têm a ver com a gestão de emoções. Porém, acredite, não podiam estar mais interligadas! Se as seguir, vai ver que vai ser muito mais fácil (e saudável) superar tudo isso, caso se sinta assim. Existem duas partes: trabalhar a parte física para estar com energia suficiente (parte I) e trabalhar as emoções (parte II).

I: Parte física:

Acenda as luzes. O seu cérebro (e organismo) já está a sentir a falta da intensidade da luz solar, por isso diminua a intensidade da luz apenas quando se aproximar a hora de ir dormir. Evite fazer qualquer tipo de atividade com pouca luz.

Beba água. Continue a hidratar-se de forma a manter constante o seu nível de energia. Coma, também, mais fruta, vegetais e alimentos ricos em ómega 3. Caso contrário, não vai ter energia suficiente para raciocinar devidamente.

Trate do seu intestino. É no intestino que se produz cerca de 90% da serotonina, neurotransmissor antidepressivo. Logo, se o nosso intestino não estiver a funcionar bem podemos sentir mais melancolia e tristeza. Beba, por exemplo, um chá detox de vez em quando, e tome cuidado com a alimentação.

Faça exercício físico. Este tópico está sempre presente porque é, de facto, uma das coisas que faz bem a todo o nosso ser: corpo, mente e espírito. Como já deve saber, é uma das formas de produzir hormonas ligadas ao bem-estar e tranquilidade. A caminhada faz parte desta dica.

II: Parte emocional:

Respire. Por mais banal que isto lhe pareça, acredite que é das coisas que melhor faz a todo o organismo porque oxigena mais o cérebro (e ativa o chi, a nossa energia vital), ajuda a equilibrar os níveis metabólicos e dá-nos o discernimento interior necessário para uma mais racional forma de resolução de problemas. Inspire e expire devagar, três vezes seguidas, várias vezes ao dia, mesmo naqueles dias em que se sente bem.

Esteja com as suas amigas. Contrarie a vontade de se isolar e, ainda que nem sempre o faça, esforce-se por sociabilizar. Quando estamos muito tempo sozinhas com pensamentos que provocam emoções menos boas, temos tendência a dramatizar, aumentar a dimensão dos problemas. Desabafe.

Desapegue-se. Ainda que possa ser uma fase propícia a ganharmos novos sentimentos de medo, deve tentar ignorar esses receios e não perder a força. Respire e vá em frente porque é uma boa altura de deitar fora o que não presta, desapegando-se não só de emoções menos boas mas também de coisas que já não têm a ver com a sua energia e só lhe causam bloqueios. Comece pelo desapego material, deitando fora, ou dando a alguém, o que tem guardado e já não serve para si.

Faça meditação. Hoje em dia tem à sua disposição centenas de meditações guiadas online, tanto Mindfulness, como outras que possa gostar mais. Ao contrário do que dizem alguns mestres de meditação, pode fazer, sim, apenas 5 ou 10 minutos desta prática por dia (mais vale fazer pouco do que nada fazer). Faça-o, por exemplo, depois de uma boa caminhada. O bem que lhe faz é imenso porque muda, inclusive, a sua estrutura cerebral. Arrisque e experimente tanto o Scanner Corporal como o Emocional, ambos Mindfulness;

Tenha na mala dois frascos de óleos essenciais. Tanto as cores como os cheiros afetam imenso a nossa disposição. Tenha uma bolinha cor de laranja (antidepressivo estimulante) e uma cor-de-rosa (antidepressivo mais relaxante) a jeito de poder brincar com elas nas mãos, enquanto olha para as suas cores. E tenha também um frasquinho de óleo essencial de limão (antidepressivo) ou de hortelã (estimulante) e de camomila, lavanda ou laranja (relaxante) para, de vez em quando, cheirar e energizar o seu cérebro positivamente.

Como é óbvio, estas dicas não substituem, em caso de depressões mais acentuadas (crónicas e ou graves), a ida a um profissional competente para o efeito, nem substituem qualquer tipo de medicação que se tome. De qualquer forma, podem ser um grande complemento no tratamento da depressão, assim como uma ótima forma da prevenir.


Vanda do Nascimento é terapeuta, formadora e instrutora de Mindfulness na Escola de Mindfulness Essencial, fundada por si em 2016. Começou, em 1997, a sua carreira como professora, ao licenciar-se em Educação. Nessa mesma data, também iniciou os seus estudos em Reiki, Meditação e Atenção Plena. Posteriormente, enveredou pelos caminhos da Psicologia e aprofundou, ainda mais, a temática do Mindfulness, de forma a continuar a sua luta no controlo do stress e da ansiedade.

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