São os cheiros, as cores, as paisagens e as pessoas. São as casas em tons de rosa, os gatos que nos cumprimentam em recantos inesperados e a arquitetura única que nos conta fábulas sobre o passado e que aprimora a nossa sensibilidade ao belo. A cidade de Marraquexe é tudo isto. Exótica e cultural; crua e hipnotizante; carismática e genuína.
Neste lugar, exaltamos emoções e apuramos sentidos. Aqui, a vida não para – e tudo o que desejamos é permanecer em movimento com ela. Caminhamos por jardins encantados (onde as palmeiras são uma constante), passeamos por ruas labirínticas, visitamos museus modernos que retratam a vida de Saint Laurent, encontramos lugares ladeados de Natureza verde, bebemos um chá de menta quente e ouvimos histórias ao Pôr do Sol. É a quinta-essência marroquina – e não a queremos perder de vista.
Aqui, cada memória vivida é única. O primeiro passo para viver intensamente a experiência? Libertar o véu europeu e absorver cada detalhe que os nossos olhos possam alcançar. Visitar uma cidade que anda ao seu próprio ritmo pode ser um choque cultural para muitos, pode até marcar pelo antagonismo do seu caráter – já que mistura história com modernidade –, mas se estiver atenta, prometemos-lhe que encontrará o seu lado mais apaixonante.
O que precisa mesmo de saber:
Se está a pensar visitar Marrocos pela primeira vez, sozinha, siga este conselho: trace um plano estruturado de tudo o que vai fazer e dos locais que pretende visitar. Estude questões de acessibilidade e organize-se. Este país está apenas a uma hora de distância da nossa capital, mas a diferença cultural é imensa. Por isso, para que não se sinta desamparada, será muito mais fácil ter consigo um guia para a ajudar a aproveitar ao limite esta experiência. Lembre-se também de trocar o seu dinheiro pela moeda marroquina, o dirame (10.00 euros equivalem a 100.00 dirames). Pode fazê-lo no aeroporto, antes de apanhar o voo.
A medina e o espírito Jemaa El Fna
Bem no coração desta cidade do oeste de Marrocos, perdemo-nos na magia inescapável da medina – o lugar onde tudo acontece –, onde moram os mercados tradicionais deste legado berbere, os souks. Uma cidade dentro de outra cidade. É lá que sentimos, a cru, o verdadeiro sentido do sangue marroquino. E são as energias vibrantes do povo que ali nos tenta vender símbolos tradicionais que o revelam. Entre becos imprevisíveis e pracetas escondidas, descobrimos mais deste lugar medieval. Passamos pela Praça de Jemaa El Fna, que revela a alma frenética da «pérola do Sul», onde nos cruzamos com animadores de rua domadores de serpentes, vendedores tradicionais e contadores de histórias que preservam esta cultura milenar.
O Jardim Majorelle e o Museu Yves Saint Laurent
Majorelle, um renomado pintor francês que, no ano de 1922, comprou um palmeiral onde construiu a sua casa, é o responsável pela existência do jardim mais aclamado da cidade de Marraquexe. A sua moradia, cujas paredes estão pintadas de azul – azul Majorelle –, abriu ao público mais de 20 anos depois, sendo que, mais tarde, o criador de moda Yves Saint Laurent terá decidido comprar o espaço, a fim de evitar que este fosse destruído por um projeto de hotelaria. Transportando-nos para uma energia verde vibrante, este enorme jardim detém ainda o Museu Berbere. Mais à frente, encontramos o Museu Yves Saint Laurent, onde nos deparamos com a oportunidade de mergulhar um pouco na história de vida do estilista, contemplando algumas das suas criações mais valiosas.
Tajine, everywhere
Tajine. No seu prato. A qualquer hora e em qualquer lugar. Exatamente! Se já teve oportunidade de visitar este país, sabe do que estamos a falar. Se não, prepare-se, porque assim que pisa este chão irá perceber que este é o prato que assume o papel principal onde quer que vá. Esta refeição tradicional marroquina – um guisado/ cozido de legumes – é servida num recipiente de barro com uma tampa em forma de cone, sendo uma iguaria confecionada em lume brando que, por norma, privilegia os vegetais aromatizados e as carnes cozinhadas a temperaturas baixas. Nem todos ficam fãs, mas os que ficam, é para valer.
A história por trás de uma arquitetura única
Exótica, majestosa, atraente e eclética. A arquitetura de Marrocos é tudo isto, sendo uma verdadeira mistura entre o contemporâneo e o tradicional. A influência islâmica é uma das mais fortes no estilo arquitetónico do país, mas as influências do mundo árabe combinadas com o estilo berbere, que marcaram o passado, fazem parte da herança de uma cultura diferente de todas as outras e assumem um peso inegável. Os contrastes na paisagem – aliados a uma diversidade histórica –, as linhas simples, os tons terra, os padrões geométricos, os azulejos marroquinos tradicionais e toda a sua estética de cores fazem parte desta tela única. Uma boa parte dos elementos arquitetónicos marroquinos é produzida à mão por artesãos que vão passando a sua arte aos seus descendentes. E há quem acredite que esta tradição nunca morrerá.
Quando visitar?
Este não é um destino ideal para o pico do verão. Prefira ir na primavera ou até mesmo no outono, para evitar o calor extremo que não a deixará viver o melhor desta aventura. Outubro e novembro também são bons meses para voar até Marrocos.
Onde ficar?
Opções de acomodação não faltam em Marraquexe. Desde as mais simples às mais sofisticadas e luxuosas. Ficar num riad – palacete ou casa localizada no centro da medina, normalmente disposta em torno de um pátio central munido de plantas e fontes – será sempre uma escolha inteligente, já que existem muitas opções, para todos os gostos e para vários budgets. Essa será a melhor opção para se entregar de corpo e alma a este lugar. Por outro lado, não poderíamos deixar de lhe recomendar o hotel onde a Frederica ficou hospedada: o Be Live. Aqui, somos tratadas com toda a amabilidade e conseguimos viver momentos de paz e serenidade. A melhor parte? Terá uma piscina no quarto, para desfrutar num final de tarde quente e dourado.
Le Palace, um dos melhores espaços para um jantar (e uma noite) especial
A zona hoteleira da cidade é verdadeiramente encantadora. E à noite, ganha ainda mais vida. Por lá, encontramos um restaurante muito especial – e inesquecível –, o Le Palace (sim, é como se estivesse a jantar no interior de um palácio!). Além de estar decorado de um modo puramente divinal, num ambiente que nos apraz, todas as opções da carta são pequenos prazeres irresistíveis. E por falar em prazer, não podemos deixar de mencionar a melhor sobremesa: «Tentação de Chocolate». Precisamos de dizer mais?
Agradecimentos especiais: Soltrópico, Turismo de Marrocos e Be Live Hotels.