Como Lidar Com Pessoas Tóxicas no Local de Trabalho?

Ao que parece, todos os locais de trabalho as têm por lá: pessoas com o poder de nos fazer sentir menos bem (ou mesmo mal!). E existem de todo o género e para todos os (des)gostos. Umas são irritantes, outras são demasiado negativas, outras muito competitivas e algumas são mesmo mal-intencionadas. Esta característica humana no mundo laboral não é saudável e pode comprometer seriamente o nosso sucesso e até a nossa saúde mental.

Por isso, é importante saber o que pode fazer para lidar com este género de pessoas. É fácil? Claro que não. Mas é possível. Veja as dicas, abaixo.

1. Baixe as expetativas. Aceite que ninguém muda num dia. Pare de pensar que aquela pessoa vai mudar um dia destes e de despender energia a fazer coisas para que ela mude. Ela até pode ficar diferente, mas não devido ao seu esforço. Só a vida é que nos muda. A partir de agora aceite que aquela pessoa é assim e que somente a leitora poderá mudar. Ou melhor, pode tentar mudar a sua forma de a ver, de comunicar e de agir com ela. A primeira coisa a fazer é, de facto, deixar de ter tantas expectativas relativamente aos outros. Aceite que a acha irritante. Não rumine mais sobre o porquê de ela ser assim e foque-se na sua nova forma de lidar com o assunto.

2. Tire as pessoas «tóxicas» do seu trono mental. Deixe de dar tanta importância a esse género de pessoas. Você tem a sua própria vida e tem aqueles que ama e que a amam e que merecem estar, aí, no pódio dos seus pensamentos. Não permita que os outros ocupem tantas horas da sua mente. Pense que são seres humanos que também têm problemas, que até podem estar a fazer o melhor que conseguem naquela altura das suas vidas mas que você não tem a culpa que o façam dessa forma e que a única coisa que vos une é o trabalho. Mais nada. Quando estiver a remoer na toxicidade pense nas pessoas ou coisas que a fazem feliz. Pode ajudar ler o artigo O Que é Que a Motiva?, aqui, na Frederica.

3. Lembre-se das suas capacidades. Não seja conivente na sua humilhação. Ou melhor, não deixe que as ofensas que o outro lhe possa dirigir se tornem uma realidade para si. Nem ache que tudo o que a pessoa diz ou faz é para a ferir propositadamente porque, muitas vezes, não é esse o caso. Se puder responder sem fomentar uma discussão, responda, mas, caso contrário, ignore (pelo menos interiormente) porque está mais do que provado que só quem se sente muito mal consigo mesmo (ainda que não se aperceba) é que tenta que os outros se sintam da mesma forma. Lembre-se das suas capacidades e encare a crítica como uma possível forma de apurar o seu trabalho. Não leve isso a peito.

4. Imponha limites. Sem que isso seja comunicado de uma forma agressiva, se puder, desde o início da sua relação laboral com os colegas, dê-se a conhecer. Cordialmente fale da forma de como gosta de estar quando trabalha e daquilo que por norma tolera e do que não tolera tão bem. Pode aproveitar para ouvir o que dizem os colegas sobre eles próprios. Depois, se a pessoa que a incomoda passar dos limites e não respeitar os seus, deve falar com o seu superior sobre isso. Não obstante, se isso chegar a acontecer, seja racional e justa: foque-se, apenas, na parte profissional. Não aproveite para abordar todas as outras coisas de que não gosta na pessoa.

5. Distancie-se física ou emocionalmente. Se partilhar o mesmo espaço de trabalho com quem a transtorna, talvez não seja possível distanciar-se fisicamente mas, se puder, tente. Solicite outro lugar para trabalhar dando uma razão plausível como o facto de necessitar estar só para ficar mais concentrada ou outro motivo que ache pertinente. Se não for possível, distancie-se mental e emocionalmente. Caso possa fazê-lo, ouça música baixinho, de preferência musica ambiente, que não espolete muitas emoções (Chill Out, Bossa Nova, Zen, etc.), mas que a ajude a relaxar e a abstrair-se do ser que a incomoda. Faça os possíveis para que, intervalos como a hora de almoço, sejam feitos fora do local de trabalho e, se puder, dê um passeio ao ar livre. Leia, aqui, na Frederica, o artigo Aprenda a Gerir o Stress e a Ansiedade do Dia a Dia.

6. Saiba como e quando comunicar. Por muito ou pouco tempo que seja, pelo menos de vez em quando, vai ter de se cruzar (ou estar) com essa pessoa. Por isso, aprenda a perceber qual o melhor momento para comunicar com a mesma e de que forma. Isto aplica-se se o que a incomoda for o seu patrão. Às vezes é preferível esperar e, se for pertinente, enviar um e-mail mais tarde, com o assunto em questão. No entanto tente, sempre, dialogar de forma construtiva e nunca alimente discussões para que não perca a sua paz de espírito desnecessariamente. Se tiver reuniões com a pessoa, mantenha-se o mais serena que conseguir mas seja assertiva. Contudo, não confunda assertividade com agressividade. Tente ficar no «gentil» sem ser demasiado simpática. Partilhe, apenas, o que é relativo ao trabalho e quando sentir que já se está a gerar alguma tensão faça uma pausa, para ir à casa de banho, por exemplo. Lembre-se deste antigo ditado oriental: “Se já sabes que o cavalo dá coices, porque insistes em passar por trás dele?”.

7. Cerque-se de pessoas positivas. É importante compensar essa toxicidade no trabalho ao se aproximar de pessoas com boa energia, positivas. Tente estar com as amigas e/ou familiares que mais a dispõem bem, com quem possa desabafar e ser você mesma, sem julgamento ou critica.

8. Analise-se. Tente perceber, sem qualquer problema se, às vezes, também pode ser você que espoleta aquele comportamento na pessoa. (Volte a ler a ultima frase do ponto 6). E é similarmente benéfico tentar entender se, de vez em quando, alimenta a espiral da negatividade: às vezes, também pode estar a ser um pouco irritante ou a complicar assuntos que podem ser resolvidos facilmente. Se achar que isso pode acontecer, leia Como Substituir Pensamentos Negativos Por Positivos, na Frederica.

9. Procure ajuda de um profissional. Se começar a sentir demasiado cansaço, inclusive ao acordar, ou a ter vontade de chorar só de pensar que tem de ir trabalhar ou a ter sintomas físicos de ansiedade, etc., não hesite, por favor, em procurar um profissional para a ajudar. “A sua saúde está em primeiro lugar” até pode ser das frases que mais cansam ouvir, mas é das mais realistas e factuais. No artigo deste site Síndrome de Burnout: Esgotamento Profissional pode avaliar um pouco a sua situação atual e ficar ainda com mais dicas para se proteger.

Lembre-se: todos nós somos humanos e temos problemas para resolver, como tal devemos tentar ser tolerantes uns para com os outros. Mas tudo tem um limite. E esse limite tem um nome: chama-se fronteira entre a saúde e a doença.


Vanda do Nascimento é terapeuta, formadora e instrutora de Mindfulness na Escola de Mindfulness Essencial, fundada por si em 2016. Começou, em 1997, a sua carreira como professora, ao licenciar-se em Educação. Nessa mesma data, também iniciou os seus estudos em Reiki, Meditação e Atenção Plena. Posteriormente, enveredou pelos caminhos da Psicologia e aprofundou, ainda mais, a temática do Mindfulness, de forma a continuar a sua luta no controlo do stress e da ansiedade.

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