Alguma vez sentiu o desejo de cozinhar algo delicioso depois de um dia que não correu bem? Por vezes, preparar uma refeição saborosa é a melhor forma de relaxar – principalmente quando demora algum tempo a ser confecionada. Este processo vai além de apenas pretender satisfazer o seu apetite com algo que lhe agrade o paladar, já que cozinhar pode, literalmente, ser quase como uma sessão de meditação.
Desacelerar a mente
Vários são os psicólogos e terapeutas que têm demonstrado como a culinária pode ser terapêutica. O impacto psicológico de cozinhar uma refeição, para si ou para os outros, pode proporcionar experiências diferentes a diferentes pessoas, tendo como consequência uma das sensações mais comuns: a liberdade de expressar a própria criatividade.
Cozinhar pode oferecer-nos uma sensação de poder e de ação, algo que nem sempre se verifica nas nossas vidas fora da cozinha. Segundo especialistas, esta tarefa é um tipo de terapia conhecida como «ativação comportamental», onde os comportamentos são orientados para a concretização de objetivos, fugindo à procrastinação (que noutras circunstâncias se poderia verificar).
A sensação de controlo é inerente ao ato de confecionar um prato, porque este se trata de um projeto que precisa de ser iniciado e de ser concluído de forma eficaz. E quando o conseguimos, sentimos que fizemos algo acertado, ao mesmo tempo em que estimulamos os nossos sentidos criativos. No final, estaremos, também, a fazer algo que é, tecnicamente, uma parte necessária do nosso dia.
Atenção plena para uma mente saudável
Atualmente, a culinária é uma terapia que tem sido usada como parte do tratamento de algumas condições de saúde mental e comportamental, como sejam a depressão e a ansiedade.
A nutrição, por sua vez, é o elo entre a prática da cozinha e o gesto de acalmar a mente. É mais fácil controlar a qualidade da sua dieta quando prepara a maior parte das suas refeições, havendo, também, um reconhecimento crescente de que a escolha de uma dieta de alta qualidade desempenha um papel importante na manutenção de um cérebro saudável.
Quando se concentra num determinado momento desta forma, não está a refletir sobre as suas preocupações mais profundas do futuro ou sobre as negligências do passado. Há um lado mindfulness em tudo isto, já que a atenção plena também ajuda a reduzir o stress e permite uma atitude de maior entusiasmo pela vida.
Sempre que decidir cozinhar, experimente, depois de preparar a comida, reservar um momento para refletir sobre como ela chegou à sua mesa da cozinha. Houve todo um conjunto de processos e de acontecimentos antes de todos esses alimentos terem ido até si. Refletir sobre isso pode ajudá-la a sentir-se melhor com a vida em geral.
Alegria e conexão
Limpar o pó, passar a ferro ou dobrar as nossas roupas não nos dá a mesma alegria que o ato de cozinhar. E isso acontece porque comer é uma experiência naturalmente gratificante. Preparar refeições não é simplesmente uma tarefa doméstica, é um momento de recompensa e, se quisermos, de diversão.
Mas a kitchen therapy também é válida quando feita acompanhada. Cozinhar com companhia pode estimular a comunicação e a cooperação com o outro, já que colocar uma refeição na mesa significa deixar de lado as diferenças e os ressentimentos, permitindo que os participantes se foquem, exclusivamente, na tarefa em questão. Quando as preferências alimentares não coincidirem, essa é também é uma oportunidade de aprimorar as habilidades de cada um na resolução de conflitos.
Então, quando voltar a ter um daqueles dias absolutamente desgastantes e cansativos – e tudo aquilo que desejar for saborear um prato que lhe ofereça todos os sabores a que tem direto – experimente preparar uma das receitas do nosso site e permita-se sentir mais feliz, mais criativa e, quem sabe, até mais conectada com as pessoas à sua volta. Uma coisa é certa: terminará o seu dia de um modo muito mais gratificante.