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Os Tabus do Prazer Feminino

Quando falamos de prazer feminino ainda sentimos que existem constrangimentos e tabus que continuam a afastar-nos de uma intimidade gratificante. Não somos educadas para o prazer. A família falou-nos pouco disso, na escola aprendemos os riscos e as consequências e a sociedade mostra-nos uma realidade erotizada, onde gemer de prazer parece simples e fácil.  

Em Portugal existem muitas mulheres que nunca sentiram prazer e falar disso ainda é difícil, obrigando-nos a mentir por várias vezes. Numa relação heterossexual focamos, muitas vezes, a atenção na penetração exclusiva, na esperança de ser o melhor caminho para o prazer, mas a vagina não é a nossa zona de maior sensibilidade, basta pensarmos no facto de não sentirmos um tampão dentro deste canal. Por isso, acaba por parecer quase impossível sentir prazer com a penetração exclusiva – mas não impossível. Muitas vezes, a forma de como estimulamos ou de como somos estimuladas pode deitar por terra esta dificuldade, por isso se apela aos preliminares para melhorar a excitação. Na vulva, parte externa da nossa genitália, encontramos o principal órgão de prazer feminino: o clitóris, uma estrutura erétil que aumenta durante a excitação e que é responsável pela maior parte dos orgasmos nas mulheres… um órgão maravilhoso! Esta zona privilegiada pode aumentar para o dobro o seu tamanho, já a sua pequena glande, na extremidade, pode tornar-se muito sensível ao toque. Hoje, a fisiologia diz-nos que esta estrutura ímpar no prazer das mulheres tem continuidade dentro da vagina, o que torna algumas zonas mais sensíveis, se investirmos nos preliminares que conduzem à excitação. 

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Não existem receitas para o prazer.

Somos todas diferentes. Por isso, podem existir dicas para o prazer, mas jamais receitas infalíveis para o mesmo. O orgasmo é a parte mais desejada da nossa atividade sexual, mas também uma das mais difíceis de conquistar se não estivermos à vontade, se não conhecermos o nosso corpo e se não nos entregarmos. Experiências negativas, medo, dor, desconforto e vergonha são fatores que podem dificultar o prazer e, por isso, nada como investirmos na sua resolução, ultrapassando os obstáculos que se insurgem.  



O orgasmo não é igual em todas as mulheres.

A autoestimulação através da masturbação, por exemplo, é uma forma importante de abrir caminho e de sabermos como e onde tocar numa relação a dois. A masturbação não condiciona o nosso prazer como durante anos nos fizeram acreditar, não vicia e não tem contraindicações. Muito menos é um comportamento solitário ou compensatório. Pode e deve ser partilhado. Mostrar e ver também pode fazer parte do jogo de estimulação da excitação, só precisamos de confiança. Depois, é importante adicionar mais dois ingredientes: concentração e fantasia! Fantasiar é um motor muito importante: feche os olhos, imagine com detalhes o que gostaria que acontecesse mesmo que não seja concretizável e entregue-se sem julgamento e sem culpa.  

O orgasmo não é igual em todas as mulheres e cada uma pode experimentar diferentes sensações, dependendo da forma de como acontece a estimulação. Esqueça o binómio clitóris /vagina. Na verdade, não interessa muito como faz a viagem, desde que chegue onde deseja.  



Os produtos sexuais são uma mais-valia e podem ser o ingrediente chave para virar o jogo.

E como podemos potenciar e melhorar o nosso prazer? Os lubrificantes e os brinquedos sexuais podem ser estratégias importantes ou até mesmo o ingrediente que faltava na nossa receita. Existem para todos os gostos: para estimulação da vagina; com diferentes tipos de vibração; para usar sozinha ou para partilhar; para usar na cama ou no duche; para estimulação externa; para percorrer as suas zonas de prazer ou erógenas; com diferentes texturas e para diferentes sensações… experimente. Muitas mulheres têm vergonha de adquirir estes objetos, mas atualmente já os podemos encontrar em farmácias e em supermercados – estão ao alcance de qualquer uma! Quanto aos lubrificantes, já não temos muitas desculpas para não os usar. Silenciosos e discretos, estes ajudam a melhorar a excitação e até estão integrados em preservativos com texturas que nos vão estimular todos os milímetros.  

O prazer é um direito que devemos reclamar. O prazer é um destino com muitos caminhos, onde o único que não devemos escolher é o da mentira, porque isso só vai dificultar, ainda mais, o destino feliz. Não desista! Esta descoberta é também o nosso maior desafio de autoconhecimento. Lembre-se que ao descobrir o seu prazer também a sua saúde melhora, uma vez que o orgasmo liberta substâncias especiais que aumentam o nosso bem-estar e nos fazem mais felizes. Aqui fica o convite. 






Texto: Vânia Beliz, psicóloga e sexóloga.
Instagram: @vaniabelizsexologia



Este artigo foi originalmente publicado na Revista Frederica Nº1.

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